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Foto do escritorIdiane Torres

A inclusão da pessoa com deficiência no mercado de trabalho e os benefícios práticos da atuação destes profissionais

Atualizado: 22 de abr.

 
Equipe de atendimento PCD. Ao centro, de camiseta preta, Idiane Torres, autora deste texto
 

Muito se fala sobre acessibilidade, diversidade, equidade e inclusão no mundo do trabalho, mas colocar em prática estas ações é algo que vai muito além da teoria. Para que a inclusão da pessoa com deficiência seja uma ação social efetiva, é necessário um entendimento das relações entre empregadores e empregados, no sentido de promover a imagem do profissional PCD, construindo assim um mundo de trabalho mais igualitário e inclusivo.

O Brasil possui cerca de 18,6 milhões de pessoas com deficiência, segundo dados do IBGE de 2022, porém sete em cada dez estão fora do mercado de trabalho. Ainda segundo o IBGE, somente 26,6% das pessoas com deficiência encontram espaço no mercado de trabalho e mesmo com esse cenário desfavorável, a oferta de trabalho para os PCDs vem crescendo nos últimos anos. Embora as PCDs tenham seus direitos garantidos pela Constituição Federal de 1988 e por leis complementares como a Lei 7.853/89, a Lei de cotas (Lei nº 8.213/1991) e a lei 13.146/2015 (Lei Brasileira de inclusão - LBI), e ainda que a Lei de cotas obrigue as empresas a contratarem profissionais com deficiência, o país não garante a essas pessoas oportunidades de formação profissional satisfatória devido à ausência de políticas públicas de qualidade voltada para esta questão.
No "mundo ideal" não seria necessário a Lei de Cotas, mas estamos longe desta realidade, pois é uma questão de conscientização por esses indivíduos terem o direito a exercer todas as funções, basta o empregador se mostrar interessado em conhecer esses indivíduos e fazer os ajustes necessários para recebê-los.

 
 
Não é um favor, é uma questão social, embora grande parte dos empregadores façam por obrigação legal.

Um motivo relevante a ser observado na contratação de profissionais com deficiência é que não se deve procurar somente pessoas com deficiências leves, pois essa ação pode ser vista como uma prática discriminatória e capacitista. O que deve ser buscado profissionalmente é a pessoa e não a deficiência, pois sabemos que no ambiente profissional não pode haver distinção ou segregação. O respeito às características individuais deve vir antes de qualquer ação ou lei, portanto é necessário respeitar que os seres humanos não são fisicamente todos iguais, que cada indivíduo tem sua característica própria como sua altura, cor de pele, raça, e que as pessoas com deficiência possuem talvez um pouco mais de diferença, uma vez que podem ter sinais ou limitações mais notáveis. Contudo, o ser humano foi educado para se adaptar a qualquer situação, portanto quando há valores de respeito, as diferenças se tornam iguais quando o indivíduo aceita a si e aos outros.

Para começarmos a superar o preconceito e a diferença de tratamento, é necessário reconhecer que eles existem, e conviver com indivíduos diferentes contribui muito para o avanço desse processo. Devido à ideia de diversidade ainda gerar debates e polêmicas, uma parcela das pessoas, por desconhecimento ou difícil acesso ao assunto, julga que a mesma não provoca amplos impactos. É crucial que a inclusão seja promovida como parte de uma política de responsabilidade social, visando combater o preconceito existente em relação à capacidade das pessoas com deficiência. Muitas vezes, esses profissionais são erroneamente percebidos como incapazes de se relacionar devido às suas limitações, o que prejudica sua contratação. Para reverter esse cenário, é essencial que empresas e governo trabalhem de mãos dadas na formulação de políticas públicas e ações concretas de capacitação e inserção no mercado de trabalho. Sem tais iniciativas, a contratação de profissionais com deficiência se torna ainda mais difícil. A capacitação é fundamental para garantir uma inclusão eficaz e equitativa, onde todos os profissionais, com ou sem deficiência, sejam tratados com igualdade em todas as situações.

Para finalizar, é essencial estimular o fortalecimento da autoestima e do potencial dos profissionais PCDs. É fundamental também que os empregadores compreendam os desafios enfrentados por esses profissionais e reconheçam que a contratação de pessoas com deficiência não apenas reflete uma responsabilidade social, mas também promove a inclusão e o respeito à diversidade. Esta abordagem beneficia não somente os indivíduos com deficiência, proporcionando-lhes oportunidades no mercado de trabalho, mas também enriquece o ambiente empresarial, fomentando a criatividade na resolução de problemas e impulsionando a produtividade. A verdadeira inclusão não surge da imposição de regras ou leis, mas sim de uma conscientização ética por parte dos líderes e gestores empresariais, que reconhecem a importância de oferecer oportunidades igualitárias para todos, independentemente de suas limitações.


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